6 de fevereiro de 2015

Cidades Comestíveis



Neste último dia 6 de fevereiro, fui com muita alegria presenciar o lançamento do Projeto Cidades Comestíveis.


Trata-se do estímulo a um trabalho horizontal entre cidadãos para ocupar com hortas urbanas os espaços públicos que estão inertes ou sub-utilizados.




"O projeto Cidades Comestíveis não é uma plataforma, nem um aplicativo e nem um projeto de edital, mas sim um projeto de cidade! 'Bora fazer com que o Brasil inteiro tenha cidades produtivas, agroecológicas e solidárias." diz seu idealizador, André Biazoti.


O encontro aconteceu no CCSP (Centro Cultural São Paulo), onde já há uma horta urbana que é mantida pelo próprio André e por todos os colaboradores voluntários que se dedicam a plantar, colher e cuidar dela. É aberta à participação do público.




"Trabalho horizontal" quer dizer que todos os participantes tem os mesmos direitos e responsabilidades. Ao contrário da organização em hierarquia a que estamos acostumados, o trabalho horizontal não tem líder, nem chefe, nem subordinado. Todas as pessoas têm o mesmo valor dentro do projeto e agem de acordo com a sua disponibilidade e consciência.


Pode parecer utopia, mas é uma realidade já vivida por quem frequenta tanto a horta do CCSP, quanto alguma outra das hortas urbanas já estabelecidas em São Paulo, como a Horta do Ciclista (avenida Paulista), a horta das Corujas, a da Pompéia...

A organização horizontal também está em funcionamento em alguns movimentos de reivindicação de direito de uso de áreas públicas, como no Parque Augusta e a Bicicletada. Acontecem pacificamente e sem um líder ou hierarquia de valores.







As hortas urbanas são uma ferramenta muito importante para a segurança alimentar nas grandes cidades. Tanto quando feitas em áreas públicas quanto em espaços residenciais, como seu quintal, varanda, ou até a janela do apartamento.


Elas possibilitam que haja alimentos de fácil acesso, que não dependem de transporte de longa distância nem de processamentos custosos.


Outra característica importantíssima que a agricultura urbana traz é o reconhecimento da origem dos alimentos. Plantar - cuidar - colher. Nosso alimento não nasce no supermercado. 


Em caso de uma crise mais grave em nossa sociedade - e não estamos tão protegidos assim de uma adversidade dessas, vide a crise hídrica que muitos não acreditavam existir até agora há pouco - saber cultivar seu próprio alimento pode ser a diferença entre a vida e a morte. É um preparo para que as próximas gerações possam viver saudáveis.



Além de tudo isso, plantar pode ser realmente divertido. Acompanhar o ciclo da semente até se tornar planta e gerar outra semente que se tornará outra planta é algo fora dos padrões da nossa sociedade imediatista, e é perfeitamente saudável para nossa psiquê. E, ainda, o contato da pele com a terra é algo extremamente desestressante.


Se você quiser conhecer mais de perto e botar a mão na terra, é só aparecer na área superior externa do CCSP na parte da manhã do último domingo de cada mês. Lembre-se de levar uma comidinha ou bebida para compartilhar, sempre há um lanche comunitário e colaborativo ;)


OBS: Nosso curso de Horta em Pequenos Espaços: http://bit.ly/edukhorta

Nenhum comentário:

Postar um comentário